Será que Henry Ford ouviu minhas Preces?

Eram 7h da madrugada.

Primeiro veio o barulho ensurdecedor de uma motosserra. Em seguida, uma sinfonia de vizinhos gritando “filho da puta, enfia a motosserra no cú”  coisas que eu não poderia reproduzir aqui.

Quando você começa o dia assim, duas coisas podem acontecer: ou você fecha a cara e enfrenta o dia com o mantra “pior não fica, pior não fica, pior não fica“, ou ignora o sinal divino e tenta esquecer que possivelmente você é o alvo do dia.

Decidi que o destino iria decidir por mim e fui trabalhar. Lá estava eu  cuidando das minhas 87.281.827.182.728 pendências e projetos quando o telefone toca…

Para quem tem acompanhado o caso de perto, basta dizer que o telefonema era da Ford para descrever a minha cara e o tremor de minhas mãos. Eu sabia que não poderia ignorar o mau presságio daquela manhã.

Alguma coisa estava diferente. Nada de “Sra. Camila, obrigada por estar aguardando”, nem “não senhora, a Ford não deseja que a senhora enfarte…”.  A conversa foi outra. Eu estava falando, simultaneamente, com dois executivos da fábrica.

Graças à internet, aos amigos ou à providência divina, meu caso foi parar nas mãos de gente importante ali.

Mas vamos ao que interessa: O caso é que alguém finalmente percebeu que meu carro não tinha jeito. Eles perceberam que eu não tenho culpa.

Meu Deus, eles perceberam que eu, como consumidora, tinha o direito de trocar o produto com defeito – Alguém, por favor, me belisque!

E não é só isso, além de, finalmente, me oferecerem uma solução adequada, eles vão enviar o carro para que eu retire em uma concessionária próxima da minha casa… E não é só isso, enquanto meu carro não fica pronto, eu ficaria com uma EcoSport, toda bonitona, só pra tirar a má impressão que eu, como consumidora Ford, disseminei (com razão) por ai. Eu, claro, topei na hora. 

Apesar das noites sem dormir, do péssimo atendimento até ali, eles reconheceram que o meu caso era grave e que, até então eu tinha todos os motivos do mundo para reclamar e, por isso, me pediram uma segunda chance… E, querem saber? Eu vou dar. A esta altura do campeonato entrar na justiça seria bem mais burocrático e demorado.

Mas não pensem que a história ficou assim. Aproveitei a ligação para, além de alfinetar, pedi atenção ao pós-vendas. Contei um pouco mais sobre o meu lado da história e como o problema me aproximou de várias outras pessoas que passam por coisas similares.

Acredito que a internet é uma poderosa arma contra a injustiça e que pode nos ajudar a reivindicar nossos direitos (Acho que todo mundo aqui conheceu o simpático sr. Otávio e o vídeo da Brastemp). Então, vamos lá pessoal. Tem que reclamar mesmo. Tem que por a boca no trombone. Se o SAC, a Ouvidoria e nem mesmo o finado Sr. Dono de Montadora são capazes de resolver nossos problemas, bora twittar, facebookar, e blogar!!!

PS. A Ecosport chegou em casa no mesmo dia, e é um carro muito bacana. Continua…

5 comentários sobre “Será que Henry Ford ouviu minhas Preces?

  1. Bom… É uma demonstração de que eles querem resolver o problema, mas o fato é que a Ford não está fazendo mais que a obrigação… Você está pagando o tal carro (isso para não falar de qualquer pecado que você venha a cometer nas próximas 15 vidas) e, como consumidora, deve ser ouvida e respeitada…
    É bom continuar de olho.
    Beijo

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